sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A mitologia do Dragão e a sua magia no paganismo mundial

Desde os tempos idos, que o Dragão tem vindo a ser representado como sendo algo "negro", negativo, personificando sempre o mal, as forças do demónio, etc.

No Ocidente, os primeiros relatos sobre dragões aparecem em escrituras Judaicas (da Bíblia) e gregas. Na Europa, as lendas sobre os monstros antropófagos e cuspidores de fogo ou "de respiração pestilenta", ganharam espaço na imaginação popular. As histórias falam de cidades e vilarejos ameaçados e raptos de donzelas cruelmente assassinadas, degoladas ou empaladas, salvo quando algum virtuoso cavaleiro intervém na situação devidamente guarnecido de uma espada mágica.

Na Idade Média período em que o cristianismo predominava e "dominava", a figura do Dragão esteve muito presente no imaginário das pessoas. Neste período da história, o Dragão simbolizava o pecado e o paganismo. Heróis, santos e mártires aparecem em histórias relacionadas a lutas e vitórias contra estes seres mágicos. A lenda de São Jorge, que lutou e venceu o dragão, apresenta-se neste contexto.

Na luta entre o bem e o mal, o Dragão é sempre dominado e morto. O mal é vencido pelo guerreiro de Deus, ou seja, pelo lado do bem. A igreja assim instalou um mito errado, negativo e manipulador, tal como o fez com outras situações pagãs.

São Jorge vence o demónio que assumiu a forma do Dragão e o trespassou com a sua lança. Os dragões, tal como as serpentes e restantes repteis têm vindo "a ser perseguidos" pelos humanos, porque estes foram induzidos em erro.

O ser humano entretanto esqueceu-se que tudo no Universo tem duas polaridades. Os demónios, tal como a igreja apregoa aos 4 ventos, não existem, os dragões e serpentes diabólicas não existem, nem nunca existiram, a não ser na mente de quem os criou para se servir deles como forma de controlar o livre arbítrio de cada um e para melhor exercerem poder sobre as mentes curiosas de quem sabe que a verdade é muito maior do que aquela que nos impuseram.

Todos nós trazemos demónios, trazemos Deus, trazemos a Deusa, trazemos o bem e o mal. Digo isto, porque todos nós trazemos as duas polaridades. Compete a cada um escolher qual a polaridade que quer manifestar perante os outros e perante a sociedade. É errado usar como desculpa para os nossos actos, mitologias e crenças antigas. Nós somos responsáveis pelas nossas acções e devemos assumir as suas consequências.

Assim sendo, todos nós trazemos um Dragão dentro da nossa essência. Trazemos uma serpente, um lagarto, uma abelha, um cavalo, ou outro animal qualquer.

Enquanto que o cristianismo e o catolicismo fazem do Dragão a personificação do mal, no paganismo e em todas as suas vertentes, o Dragão é visto desde a antiguidade, como sendo positivo, ensinando aos seres humanos a melhor postura a assumir relativamente aos outros e ao Universo. Trás em si o respeito, a honra, a coragem, o bom senso e a liberdade das mentes conscientes de si mesmas.

No Leste Europeu, os Dragões estão ligados a tradições de Sociedades Secretas Ocultistas, que supostamente adoravam divindades descendentes dos antigos "Nagas" indianos, cuja representação, a figura de um Dragão, significa a Sabedoria, seja ela usada para o bem ou para o mal. O famoso Vlad Tepes, em torno do qual foi criado o mito do "Conde Drácula", foi um dos membros da "Sociedade Secreta dos Dragões" da sua região e o seu apelido "Drácula"(Dracull), significa, precisamente, Dragão. Nesta tradição há uma clara associação entre Dragões e Sabedoria, uma relação histórica com raízes plantadas na mais remota antiguidade.



Resumindo, o paganismo ensina que o Dragão simboliza a nobreza, a magia, a transformação, a imaginação, a perseverança e a lealdade. Representa também a coragem, o dever e a honra, trazendo na sua essência, o poder manifestado dos quatro elementos da Natureza: A Terra, o Fogo, o Ar e a Água.

O Dragão Chinês

O Dragão, segundo a mitologia chinesa, foi um dos 4 animais sagrados convocados por Pan Ku, o deus criador, para participarem na criação do mundo. É muito diferente do dragão ocidental, sendo um misto de vários animais místicos: Olhos de tigre, corpo de serpente, patas de águia, chifres de veado, orelhas de boi, bigodes de carpa e etc.

Representa a energia do elemento Fogo, que destrói, mas permite o nascimento do novo... a renovação ou renascimento. Simboliza a sabedoria e o Império.

O Dragão Chinês é uma criatura mitológica que aparece também noutras culturas orientais e é também conhecido como "Dragão Oriental". O Dragão tem sido por muito tempo, um símbolo poderoso do poder auspicioso, no folclore e na arte chinesa.

Os dragões chineses controlam a água nas nações de agricultura irrigada. Este é o contraste com o dragão ocidental, que pode cuspir fogo para mostrar o seu poder mítico. O Dragão também é a junção do conceito masculino Yang e é associado ao tempo, para trazer a chuva e a água em geral. O seu correlativo feminino é o Fenghuang.

Após um estudo realizado por pesquisadores chineses, os dragões foram categorizados por diversos critérios como na classificação por Tarefas Cósmicas:

Dragões Celestiais: Protegiam os céus, suportavam os lares das divindades e defendiam-nos da decadência. Somente estes dragões tinham 5 garras e só a insígnia Imperial os descrevia.

Dragões Espirituais: Controlavam o clima do qual a vida era dependente. Tinham que ser apaziguados, porque se fossem consumidos pelo sentimento de raiva ou se fossem simplesmente negligenciados, desastres iriam acontecer.

Dragões Terrestres: Senhores dos rios, controlavam os seus fluxos. Cada rio tinha o seu próprio dragão que governava de um palácio bem abaixo das águas.

Dragões Subterrâneos: Estes dragões eram guardiães dos metais preciosos e das jóias enterrados na terra. Cada dragão possuía uma grande pérola que podia multiplicar qualquer coisa na qual tocasse.

Um dente de Dragão, usado como amuleto, confere a quem o usar, força, poder e protecção. Atrai também a coragem para enfrentar os obstáculos e a força de vontade para continuar a lutar.

Enquanto que uns conferem só caracteristicas negativas, o paganismo ajuda a ver que tudo o que nos parece feio, desagradável ou assustador, também tem o seu lado positivo, que actua a favor da Humanidade, da Natureza e do Universo.

Caso queiram saber onde encontrar estes amuletos pagãos, vejam no seguinte link: http://lojinhadoalpha.blogspot.com/

Descrição mais comum de um Dragão

Os dragões são animais fantásticos, geralmente representados como sendo uma enorme serpente alada que expele fogo pelas narinas. Biológicamente, o Dragão situa-se entre o réptil e o sáurio (dinossauros). Tem na cabeça uma grande crista, poderosos cifres, presas e dentes enormes, couro grosso e nodoso, cobrindo todo o corpo até a cauda, raramente desprovida de esporas, possivelmente de tecido ósseo ou cartilaginoso.

Dotado de poderes extraordinários, o hálito dos dragões é considerado venenoso e o sangue, quando derramado em batalha ou na hora da morte, é igualmente fatal para quem for atingido pelos salpicos.

Répteis por natureza, os dragões encontram conforto em locais frios, escuros e úmidos, sendo as cavernas, as moradas ideais, que além da penumbra e da frescura, são locais de fácil defesa e apropriados para guardar tesouros e reservas de alimento. As colinas próximas a grupamentos de humanos ou de rebanhos de mamíferos, foram os lugares preferidos na hora de escolher a toca. Também há dragões que habitam em meios aquáticos, tais como mares, lagos, rios e pântanos.


Druidiza

Sem comentários:

Enviar um comentário