sábado, 12 de junho de 2010

Sobre os druidas

Os Druidas eram sacerdotes e sarcedotisas dedicados ao aspecto feminino da divindade: a Deusa. Mas eles sabiam que todas as nossas ideias a respeito da divindade eram apenas parciais e imperfeitas percepções do divino. Assim, todos os deuses e deusas do mundo nada mais seriam que aspectos de um só Ser supremo - qualquer que fosse a sua denominação - vistos sob a óptica humana.

Eles não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos construídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas mais suaves - principalmente onde houvessem antigos carvalhos - os locais das suas cerimónias. Os druidas eram parte da antiga civilização Celta, povo que se espalhava da Irlanda até vastas áreas no norte da europa ocidental, incluindo a Bretanha Maior e Menor (Inglaterra e norte da França) e parte do extremo norte da península ibérica (Portugal e Espanha).

Dominavam muito bem todas as áreas do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e astronomia, e possuiam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao dos neoplatónicos.

A mulher tinha um papel preponderante na cultura druídica, pois era vista como a imagem da Deusa, detentora do poder de unir o céu (o Deus, o eterno aspecto masculino) à terra (a Deusa, o eterno aspecto feminino). Assim, o mais alto posto na hierarquia sacerdotal druídica era exclusividade das mulheres. O mais alto posto masculino seria o de conselheiro e "mensageiro" dos deuses, e, entre outas denominações, recebiam o nome de Merlin.

Desde a dominação romana, a cultura druídica foi alvo de severa repressão, por isso hoje sabemos muito pouco sobre eles, apesar de o próprio Júlio César reconhecer a corajem que os druídas tinham em enfrentar a morte em defesa de sua cultura. Sabemos que eles possuiam suficente sabedoria para marcar profundamente a literatura da época, criando uma espécie de aura de mistério e misticismo (e eles, de facto, eram místicos), sendo reverenciados e respeitados como legítimos representantes dos deuses.

O Povo Celta, como um todo, construira-se dentro de uma tradição eminentemente oral, ou seja, não usavam a escrita para transferir os seus conhecimentos fundamentais - embora conhecessem uma forma de escrita chamada rúnica. Por isso após o domínio do cristianismo - que no início foi bem recebido pelos próprios druídas, quando o poder da Igreja de Roma ainda não era suficientemente forte e corrompido ao ponto de distorcer a mensagem básica de Jesus de tolerância e amor - perdemos muito desta maravilhosa civilização, e, juntamente, perdemos muito da história dos Druidas, e até hoje muita coisa permanece envolta em mistério:

sabemos que realmente eles existiram entre o povo Celta, porém eles não eram propriamente originários desta civilização, então de onde vieram os Druidas? Seriam eles os tão terrívies Bruxos avidamente perseguidos pelo fanatismo cego e ambiciosa da Igreja Católica Romana? Foram eles quem ajudaram o bretões a se livrarem dos saxões? Teria realmente José de Arimateia (discípulo de Jesus) encontrado abrigo entre eles?



A história dos Druidas se esconde frequentemente entre diversas lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin e a meia-irmã de Arthur, Morgana, eram Druidas.

Na verdade quando estudamos sobre os Druidas, temos diante de nós apenas fragmentos de narrações, algumas lendas e muita oposição eclesiástica, cujo ódio aos Druidas e a todos os outros povos pagãos é forte demais para que seus textos nos sejam uma fonte confiável de informação. A sensação que temos é a de embarcar num Mundo totalmente diferente, mágico, fantástico, como se tomássemos a lendária barca que nos leva à ilha sgrada de Avalon, cercada de brumas, onde vive um povo incrível e misterioso.

Das poucas coisas que sabemos sobre eles, temos a certeza de que os Druidas acreditavam na Imortalidade da Alma, que buscaria o seu aperfeiçoamente através das vidas sucessivas (reencarnação). Eles acreditavam que o homem era o responsável pelo seu destino de acordo com os actos que livremente praticasse.

Toda a acção era livre, mas traria sempre uma consequência, boa ou má, segundo as obras praticadas. Quanto mais cedo o homem despertasse para a resposabilidade que tinha nas mãos por seu próprio destino, melhor. Ele teria ainda a ajuda dos espíritos protectores e a sua libertação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida. Ele também teria a magna responsabilidade de passar os seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entender essa lei, conhecida hoje por lei do karma (que é uma denominação hindu, não druídica).

Os Druidas desapareceram paulatinamente da história à medida que crescia o domínio da Igreja de Roma. Os grandes sacerdotes druidas eram conhecidos como as serpentes da sabedoria, e, numa paródia sem graça, São Patrício ficou conhecido por ter expulso "as serpentes da Bretanha".

Mas o fascínio destas pessoas não poderia desaparecer de repente. Eles se perpetuaram nos romances dos menestreis e trovadores medievais, e sua influência se fez sentir nos vários movimentos místicos e contestatórios da Idade Média, especialmente entre os Cátaros e na Ordem dos Templários.

Fonte: site "Filhas de Avalon"

2 comentários:

  1. Acredito muito que no vaticano encontraríamos muitos registros dessas narrações fragmentadas
    um dia isso vai acontecer, pois o vaticano esta perdendo o seu poder...

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  2. Busco apaixonadamente os conhecimentos sobre os Celtas e Druidas.Os simples nomes druidicos me transportam.Eles como que me chamam e juntam para mim sensações de um conhecimento que algum dia tive ,ou estive em contato.Encontrei aqui uma linha de junção importante para mim :Xamanismo ,Cátaros e Druidas.O Conhecimento que tentaram ocultar está impresso em algun lugar do imenso cosmos e, quem sabe perguntando aos animais poderemos ir resgatando. Obrigada Gnyguima

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