Os primeiros filtros dos sonhos surgiram na tribo dos Ojibwa, que
habitavam a região dos grandes lagos da América do Norte. Os membros
desta tribo acreditavam que uma das principais missões das pessoas
durante a vida era a de decifrar os sonhos, pois acreditavam que traziam
importantes mensagens sobre o funcionamento da natureza, do universo e
da vida.
Os Ojibwa acreditavam que durante a noite o ar se enchia
de sonhos e energias, boas e más, sendo o filtro dos sonhos, como o
próprio nome sugere, uma proteção contra as energias e sonhos
negativos.
O filtro dos sonhos é composto por um círculo,
tradicionalmente feito com fibras de um salgueiro-chorão e revestido com
tiras de couro, ao qual são amarrados vários fios, formando uma espécie
de teia de aranha com uma abertura circular no centro. Uma pena de ave
(preferencialmente de coruja, por significar "sabedoria") é colocada
debaixo da teia, assim como outras penas e adereços. A pena simboliza a
respiração e o ar, elemento essencial para a vida.
Os sonhos bons
(aqueles que possuem mensagens importantes) teriam a capacidade de
passar pelo circulo formado no centro da teia, enquanto que todas as
energias malignas ficariam presas nos fios da teia. A tradição
ainda sugere que o filtro dos sonhos seja colocado em um lugar que
receba luz solar, pois todos os sonhos negativos que supostamente
estariam presos nos fios da teia, ao receberem os raios do sol
desapareceriam.
Lenda do Filtro dos Sonhos
Existem
várias lendas que envolvem a criação do filtro dos sonhos, porém, uma
das mais conhecidas fala de um velho xamã que teria subido no cume de
uma montanha para encontrar sabedoria.
Chegando ao topo,
encontrou IKTOMI, um espírito mágico com a forma de uma aranha, que
teria tecido uma teia com pelos de cavalo em volta de um aro feito de
cipó, ao mesmo tempo que ensinava ao xamã importantes conhecimentos
sobre o nascimento, a morte e as energias boas e más que existem
espalhadas pelo ar.
De acordo com a lenda, a aranha teria dito ao xamã: "Se
você trabalhar com forças boas, será guiado na direção certa e entrará
em harmonia com a natureza. Do contrário, irá para direção que causará
dor e infortúnios".
IKTOMI ensinou o índio a usar as boas
energias e sonhos recebidos através deste amuleto para ajudar o seu povo
a conquistar os seus objetivos, ouvindo e prestando atenção nas visões,
sonhos e ideias que transmitiam.
Para o Xamanismo, o filtro dos
sonhos serve como uma mandala para inspirar a criatividade, a imaginação e
ajudar a transformar todos os sonhos e objetivos em realidade. Este conceito é válido nas diversas formas de práticas pagãs, incluindo no que hoje é conhecido como "Xamanismo Celta". Runas, peles, ossos, chifres, símbolos em metal ou madeira, são alguns dos elementos utilizados na confeção deste instrumento de poder, que pode ter diversas formas e tamanhos.
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